O que é Andragogia?
A Andragogia é uma ciência que se aprofunda na educação para adultos com a finalidade de buscar uma aprendizagem efetiva para o desenvolvimento de habilidades e conhecimento. Knowles organizou suas ideias em torno da noção de que os adultos aprendem com mais facilidade em ambientes informais, confortáveis, flexíveis, sem ameaças, incluindo também análises, sínteses e avaliações práticas.
Ou seja, a Pedagogia Andragogia diz respeito à educação voltada para adultos. Seu uso é amplo, extrapolando, em muitas situações, o ambiente da sala de estudo.
Essa vertente de ciência da educação pode ser aplicada em diversos campos, como por exemplo no meio acadêmico, na educação formal, no contexto social e político (palestras, discursos, debates) e empresarial (treinamentos, palestras, reuniões).
Embora a educação para adultos tenha sido objeto de estudo durante séculos, com grandes personagens da História (Confúcio, Lao Tsé, Aristóteles, Sócrates, Platão) como educadores, até pouco tempo ainda não existia uma teoria formada sobre as melhores maneiras de ensinar para este público.
Psicologicamente falando, podemos considerar que nos tornamos amadurecidos quando aprendemos a ser responsáveis por nossa própria vida, assumindo cada vez mais responsabilidade pelas nossas decisões, atitudes e pensamentos. Nesse sentido, o modelo andragógico presume que uma grande parte da responsabilidade do aprendizado é do próprio aluno. Neste caso, o papel de professor é transformado em um grande facilitador de aprendizagem.
Como surgiu a Andragogia?
A palavra “andragogia” tem origem no grego, onde “andrós” significa “homem” e “agogos” significa “condutor” ou “líder”. A ideia central da andragogia é que a abordagem educacional para adultos é diferente daquela aplicada a crianças e adolescentes, levando em consideração as experiências de vida, motivações e necessidades específicas dos adultos.
A Andragogia como conceito foi popularizada por Malcolm Knowles, um educador americano, na década de 1970. Ele é frequentemente considerado o pai da Andragogia. Knowles desenvolveu seus princípios a partir de diversas influências, incluindo a teoria da aprendizagem de Carl Rogers e a psicologia humanista.
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A Andragogia é aplicada em diversos contextos educacionais para adultos, como treinamento profissional, educação continuada e ensino superior para adultos. A abordagem reconhece as características únicas dos adultos como aprendizes e visa criar ambientes de aprendizagem que atendam às suas necessidades específicas.
Quais são os pilares da Andragogia?
Os Pilares da Andragogia tem como principal objetivo a transmissão de conhecimento do professor para um ou mais alunos. A particularidade de ser uma metodologia dedicada especificamente ao ensino de adultos faz com que seja necessário estabelecer alguns caminhos diferentes para assim alcançar o objetivo final dos envolvidos.
O ponto de partida para esta atividade deve ser a compreensão e a atividade resiliente, já que dar aula para adultos coloca o docente em contato com realidades e necessidades muito diferentes entre os mentorados.
Essa compreensão exige que esta ciência considere os aspectos psicológicos, biológicos e sociais de cada aluno, pois a ciência de ensino considera que cada ser é único, com experiências e vivências individuais, de acordo com a sua visão de mundo, crenças e traumas estabelecidos desde a infância.
Esta pedagogia baseia-se em seis princípios fundamentais, sendo eles:
1 – Necessidade
Os adultos precisam saber porque necessitam aprender algo, ou seja, ter uma maior compreensão de suas falhas, traumas e principalmente de crenças limitantes;
2 – Autoconhecimento
Os adultos precisam entender como podem ser independentes e alunos ao mesmo tempo. Por serem responsáveis pela sua vida, possuem maior dificuldade em ouvir e aceitar que outros lhe digam o que fazer;
3 – Experiências:
Os adultos têm uma bagagem muito maior e mais variada de experiências que acabam sendo a base do seu aprendizado. Entretanto, esse trajeto também pode acarretar em uma série de questões, como preconceitos, mau hábitos mentais que dificultam a aprendizagem, julgamentos, limitações, entre outros;
4 – Prontidão:
Os adultos têm prontidão de aprender as coisas que precisam saber para enfrentar as situações da vida real;
5 – Orientação para a Aprendizagem:
A orientação da aprendizagem dos adultos é focada na vida, nos problemas que vivenciam, nos desafios que surgem a cada dia, na responsabilidade familiar, em sonhos e objetivos que acabam sendo deixados de lado, e por ai vai;
6 – Motivação:
Os adultos respondem melhor aos fatores motivacionais internos, como o desejo de ter maior satisfação no trabalho, segurança financeira e material, autoestima e qualidade de vida, do que aos externos como melhores empregos, promoções e salários mais alto
Qual é a diferença entre Pedagogia e Andragogia?
A diferença entre ambas está relacionada aos públicos-alvo e aos métodos de ensino que cada abordagem enfoca. Vamos entender melhor?
Pedagogia:
A pedagogia é a abordagem tradicional de ensino que se concentra na educação de crianças e adolescentes. Ela envolve o uso de métodos de ensino mais diretos e estruturados, com o professor desempenhando um papel central na transmissão de conhecimento. Na pedagogia, o professor é geralmente visto como a autoridade principal e os alunos são vistos como receptores de informações. Essa abordagem é adaptada às necessidades e características do desenvolvimento infantil e adolescente.
Andragogia:
É uma abordagem de ensino voltada para adultos. Como citamos anteriormente, o termo foi cunhado por Malcolm Knowles e se baseia em princípios diferentes da pedagogia. Na andragogia, o foco está na autonomia do aprendiz adulto e em sua experiência prévia. Os métodos de ensino são mais centrados no aluno, com uma abordagem mais participativa e colaborativa. O instrutor na andragogia é mais um facilitador do aprendizado do que uma fonte única de conhecimento. Os adultos são vistos como mais autodirigidos e motivados para aprender, com suas experiências de vida sendo um recurso valioso para a aprendizagem.
Em resumo, a Pedagogia se concentra em crianças e adolescentes, usando métodos mais diretos e controlados pelo professor. Por outro lado, a Andragogia se concentra em adultos, enfatizando a autonomia, a experiência prévia e a colaboração no processo de aprendizado.
Ambas as abordagens têm seu lugar e importância, dependendo do grupo etário e das circunstâncias de ensino.
Como a Andragogia é aplicada na PNL – Programação Neurolinguística?
No Curso de Formação Imersão PNL – Programação Neurolinguística da Person Corp, que consiste em estudos dos princípios da filosofia e dos procedimentos avançados da Programação Neurolinguística, com foco nos padrões mentais, linguísticos, fisiológicos e comportamentais, a Andragogia tem total importância na aplicação da metodologia.
Este tipo de programa precisa ser conduzido utilizando o método de ensino aqui estudado, onde os participantes adultos realizam tarefas mentais como análise, síntese e avaliação, para identificar aspectos de sua inteligência emocional e aprender a lidar com ela, além de uma experiência imersiva de aprendizagem através de demonstrações, exercícios supervisionados em pequenos grupos, tarefas individuais e discussões abertas.
São usadas estratégias específicas para que o conteúdo seja captado através dos sistemas representacionais da metodologia aplicada, como: leitura, visão, audição, repetição, interpretação, revisão, comunicação, expressão, estruturação. Ou seja, Andragogia pura.
Objetivos da Andragogia no Treinamento Empresarial e na capacitação de melhores profissionais
Saindo um pouco da sala de aula agora, vamos destacar um assunto de grande interesse para os gestores: a qualificação do time de trabalho.
Os profissionais de desenvolvimento de pessoas devem avaliar cuidadosamente cada situação para definir se a técnica é aplicável ou não.
Nesse caso, convém utilizar o modelo convencional, pelo menos como ponto de partida para envolver os profissionais no processo educacional e, a partir daí, oferecer a eles os recursos necessários para que aprendam a assumir a responsabilidade pelo seu próprio aprendizado, até a transição para o modelo andragógico.
Esse é um aspecto importante, não apenas para o desempenho e os resultados alcançados do profissional em si ou da empresa, como também a repercussão na atração e retenção de talentos e índices de rotatividade.
Alcançar equipes de alta performance exige das organizações investir em programas de capacitação de profissionais emocionalmente equilibrados e decididos – Soft Skills – e treinamento adequado.
Um exemplo é a escassez de tempo. Afinal, como tirar o colaborador de suas tarefas diárias para estudar, sem afetar a produtividade?
Outro é o próprio método de aprendizagem oferecido. Ou de que forma garantir o interesse, a motivação e o engajamento dos colaboradores com a prática? E os novos colaboradores a serem recrutados? Já estão devidamente engajados? Como garantir?
Workshops, palestras, seminários, cursos e até dinâmicas de grupo são iniciativas comuns no ambiente empresarial e servem como exemplos para promover melhores equipes e times. Falando sobre o processo de ensino, há diversas vantagens no uso da andragogia.
A principal mudança de abordagem está na priorização das necessidades aluno em vez do conteúdo a ser transmitido para ele. Essa experiência também é possível de ser aplicadas mesmo em grupos, como em Imersões e Cursos.
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Nos programas de desenvolvimento de pessoas para empresas, é preciso prestar atenção aos seguintes aspectos:
- O preparo dos aprendizes: O processo deve começar com um preparo dos adultos para a participação do programa, fornecendo-lhes informações sobre o programa e o conteúdo e ajudando-os a construir expectativas realistas de aprendizagem.
- O clima: Para ser propício à aprendizagem, o clima deve inspirar confiança, respeito e colaboração. A informalidade pode ser mais eficaz do que a formalidade nesse processo, pois facilita a troca de experiências.
- Planejamento: No processo de ensino andragógico, o aluno tem responsabilidade no planejamento de seu aprendizado, assim como o seu instrutor.
- Diagnóstico das necessidades: O que precisa ser aprendido é uma descoberta feita por aluno e instrutor, juntos.
- Definição de objetivos: Os resultados da aprendizagem são definidos a partir de negociação e não impostos por uma das partes.
- Desenho dos planos de aprendizagem: O conteúdo é pensado de acordo com a necessidade de conhecimento.
- Atividades de aprendizagem: Segundo a metodologia, as atividades devem se basear em técnicas experimentais.
- Avaliação: Deve comtemplar a mensuração dos resultados obtidos com o programa e fazer um novo diagnóstico de necessidades.
Conclusão
Quando se ensina algo para alguém mais experiente, inevitavelmente, essa pessoa vai questionar o porquê de se aprender aquilo, e não só o como se faz. Além disso, cada estudante chega até a sala de aula com experiências, crenças e aptidões próprias.
É um pacote que vai influenciar na sua visão de mundo e no modo como encara cada conteúdo apresentado pelo professor.
Inclusive, vale lembrar que a maioria dos docentes já ocupou a posição de aluno pelo menos uma vez na vida. Ou seja, também essa experiência vai impactar no novo processo de aprendizado que se inicia.
Com uma comunicação mais horizontal, a Andragogia indica que todos esses fatores devem finalmente levados em conta quando nos propomos a ensinar pessoas adultas.
A Person Corp possui cursos e demais formações de Inteligência Emocional, onde são realizadas com a tratativa de Andragogia. Para consultar as formações disponíveis, clique aqui.
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